sexta-feira , 19 abril 2024

GCM recusa suborno e prende comerciante

O guarda civil metropolitano Sérgio Arruda, paulistano da Mooca, deu voz de prisão nesta quarta-feira (15) a um comerciante que tentou suborná-lo. Aos 56 anos, Arruda tem saldo negativo de R$ 1,5 mil no banco e várias contas a pagar para manter a mulher e três filhos. Reagiu à altura à oferta de R$ 5 mil, o correspondente a cinco meses de salário. O homem que lhe fez a proposta ficou preso no 5º Distrito Policial e deve responder a processo criminal.

Escalado para uma operação contra camelôs ilegais, no Centro, Arruda resolveu averiguar uma lan house situada à rua Pedroso. Na GCM (Guarda Civil Metropolitana) desde 2003, ele aprendeu a confiar na sua intuição. Descobriu no estabelecimento cinco caça-níqueis em funcionamento. Bastou comunicar que as máquinas do jogo ilegal seriam apreendidas para o dono da casa aparecer. Em voz baixa, o proprietário ofereceu o dinheiro para o guarda civil “esquecer o que viu”.

Arruda fingiu estar interessado. Enquanto o dono do estabelecimento buscava o dinheiro no escritório, avisou os companheiros da corporação. Quando o comerciante entregou-lhe o maço de notas, Arruda deu-lhe voz de prisão.

“Índole é índole”, justificou depois o guarda civil. “Eu jamais aceitaria dinheiro para deixar de cumprir meu dever. Se eu fosse bandido não estaria usando farda”, acrescentou. O exemplo, relatou o gcm, veio de berço. Seu pai foi da antiga Guarda Civil e um tio aposentou-se como major da Polícia Militar, ambos com boa folha de serviços prestados.

Não foi a primeira vez que Arruda passou por situação do gênero. Certa vez, quando fazia o patrulhamento regular na praça da Sé, um homem insinuou que pagaria R$ 200 por semana a ele e igual quantia para o guarda civil com quem fazia dupla. Ambos deveriam deixar de atrapalhar o tráfico de drogas na região. “Não foi possível caracterizar o flagrante, mas intensificamos o trabalho e nunca mais vimos o sujeito por lá”.

Hoje à tarde, o prefeito Gilberto Kassab solicitou ao comando da GCM que cumprimentasse o guarda civil Arruda pelo comportamento exemplar. O apoio veio a se somar aos seis elogios que ele já tem registrado em sua folha de serviços. O mais recente por ter prendido um ladrão que acabara de roubar o celular de uma juíza na região do Fórum João Mendes. “Só fiz o meu trabalho”, afirmou Arruda.

Fonte: Prefeitura da Cidade de São Paulo

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